Resenha Histórica

O topónimo "Bom Sucesso" teve a sua origem no facto de antigamente se acreditar que as águas das lagoas existentes eram "um sucesso", ou seja, eram milagrosas. Conta o povo que estas águas curavam diversas doenças a quem nelas se banhasse e rezasse à Nossa Senhora dos Remédios, padroeira da freguesia. Os seus remédios eram tomados como a bênção da Senhora nas águas das fontes existentes em Bom Sucesso.
 
A formação relativamente recente desta freguesia por acto de autonomia em relação à antiquíssima de Quiaios, induz por si a antiguidade do povoamento de Bom Sucesso. Toda a área está intimamente ligada às conquistas e reconquistas de Coimbra e Montemor, entre os séculos IX e XI.
 
Face ao aumento demográfico registado na primeira metade do século XX, os habitantes da região do Bom Sucesso começaram a formar no seu espírito a ideia de criação de uma paróquia própria. Os anseios religiosos da população e a vontade de se conseguir a independência eclesiástica em relação a Quiaios estiveram na base da constituição, em 23 de Dezembro de 1936, da paróquia eclesiástica de Bom Sucesso, embora ainda na dependência do pároco de Quiaios pois, só em 1960 foi apresentado o páraco próprio pelo bispo de Coimbra. 
 
Em 1961, um grupo de moradores começou a pensar na ideia de se desvincularem totalmente da freguesia de Quiaios, lançando as bases para a criação de uma autarquia própria, a qual foi criada, por aprovação final unânime da Assembleia da República, apenas em 1985, no dia 13 de Julho. 
 
Nos finais do século IX, Bom Sucesso era uma "villa rural" pertencente ao Conde D. Gosendo Eriz de Sanguinhedo (terra de Santa Maria) que a cedeu ao Convento de S. Cristóvão de Sanguinhedo (villa Quiaios...cum aiuncionicus suis) antes de 897. A julgar pelo nome "Quiaios", o povoado é de origem antiquíssima, provavelmente Semítica ou Fenícia. Este povoado surge mencionado em documentos do século IX e sabe-se que em 1143, D. Afonso Henriques o doou em couto ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra que já possuía parte dele por compra a particulares.
 
Toda a área onde assenta a freguesia de Bom Sucesso está intimamente ligada às conquistas e reconquistas de Coimbra e Montemor, entre os séculos IX e XI. A reconquista definitiva da região, deve-se ao Conde D. Gonçalo Tertamires (da Maia), em 1034, tendo-se iniciado o repovoamento e subsequente desenvolvimento da região. A freguesia continuou a pertencer a Quiaios por muitos séculos, até que depois de muitas tentativas junto a diversos ministérios, foi finalmente concretizado, em 10 de Fevereiro de 1984, o sonho de muitos autarcas e habitantes de Bom Sucesso: a criação da freguesia.
 
Duas personagens que marcaram a história desta freguesia foram o Sr. Elísio Tocha e o Sr. Henrique Azenha Matias. Este último destacou-se por ter sido o 1º presidente da Junta de freguesia de Bom Sucesso, já o “Tio Elísio”, nome pelo qual era chamado carinhosa e venereamente, destacou-se pela actividade profissional que exerceu, a actividade de Ervanário. 
 
A falta de médicos na região levou a que toda a população a ele recorresse, tendo a sua casa se transformado quase num Hospital, consultório médico, creche para crianças desamparadas e refúgio para os que sofressem de males físicos ou psíquicos. Dedicou também os últimos anos da sua vida à luta pela autonomia civil, tendo mesmo criado a Bandeira da sua terra que transportava orgulhosamente quando havia feiras e romarias, gritando o nome do Bom Sucesso, com voz rouca e trémula, pela emoção. Mas, viria a falecer sem ver consumado o maior sonho da sua vida.